sábado, 15 de janeiro de 2011

No início era o verbo....

Tenho os sapatos escritos. Nunca tinha percebido isso, mas é verdade. As palavras estão em mim em todos os lugares, inclusive em meus sapatos.
Tenho os sapatos escritos. Tenho o coração calejado pela emoção, e na cabeça um monte de tempestades que às vezes se transformam em ideias. E tenho nas palavras uma coleção de incontáveis histórias.
Um dia alguém notou que os meus sapatos eram escritos e gostou das histórias que eles contavam. Essa mesma pessoa me questionou porque eu não as tornava públicas.
Apesar de ser jornalista e ter entrado na profissão por causa de boas histórias nunca tinha imaginado isso. Afinal as narrativas dos outros são sempre melhores do que as minhas.
Escrever é sempre tentar fotografar com palavras o que queremos dizer. Escrever o que pensamos é sempre transformar em cor algo que é cinza, ou transformar em cinza algo que está em plena escuridão.
Fotografar o mundo com minhas palavras e, às vezes, escrever o que fotografo, sempre foi uma de minhas paixões. E é sobre as coisas do cotidiano e as histórias que contam os meus sapatos escritos que vou escrever para vocês. Mesmo que rebuscando nas minhas velhas lentes para ilustrar uma imagem mil vezes fotografada, dita e redita várias vezes, eu e os meus sapatos vamos levar até vocês histórias da atualidade, críticas sociais, histórias reais ou inventadas.
Às vezes fotografando com metáforas, às vezes escrevendo embaçado, com as lentes marcadas pelas digitais da razão e emoção, eu e os meus sapatos escritos vamos tentar trazer para este espaço a sensibilidade e a clareza das coisas que nem sempre no nosso dia a dia somos capazes de enxergar.
Uma boa leitura para vocês e uma boa caminhada mais colorida a partir de agora

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